.......................................................................
Raizonline - Radioweb e Informativo Cultural de Portugal entrevista o artista plástico, escritor e actor Carlos Conrado
Na sequência do artigo publicado neste jornal, que pode ser visualizado aqui, apresentámos aos nossos leitores uma abordagem à biografia do criador Carlos Conrado, bem como algumas amostras dos seus trabalhos de pintura e design.
Assim, resolvemos esta semana ter uma conversa com este surpreendente, arrojado e precoce artista e criador, que, aos 24 anos, já tem um rol impressionante de realizações na área cultural e artística, para melhor dar a conhecer o seu percurso e como se iniciou na arte e na cultura.
Raizonline (R.O.):
- Olá, Carlos! Desde há algum tempo que nos conhecemos através da Rádio Raizonline, e fomos tomando conhecimento dos seus trabalhos e percurso artístico, que nos têm surpreendido pela sua diversidade e por ser ainda tão jovem para tantas realizações. Gostaria que nos explicasse qual foi a sua formação na área da escrita, pintura e teatro, bem como a forma como se iniciou nestas áreas da cultura e das artes.
Carlos Conrado (C.C.):
- Comecei a escrever aos 12 anos, idade em que conquistei o meu primeiro prémio literário. Empolgado com essa conquista, recebi também valiosos conselhos intelectuais do estimado amigo Thiago Amorim.
Ele apresentou-me obras de escritores consagrados, como o nosso venerável Camões. Os meus primeiros textos tiveram influências tanto do poeta português quanto de Byron, Álvares de Azevedo, Baudelaire, entre outros. Em 2004, ingressei no corporativismo cultural.
O primeiro grupo do qual fiz parte foi a Arcádia Literária. Depois, vieram a Casa do Poeta de Aracaju, o Núcleo de Cerâmica da Universidade Federal de Sergipe, a ASAP - Associação Sergipana de Artistas Plásticos e o Cegas – Clube de Geologia Amadorística de Sergipe.
Em 2006, tive a oportunidade de atuar como Assessor Executivo da Academia Sergipana de Letras. Durante o Ensino Médio, estudei no Colégio Dom Luciano, onde mantive uma oficina de artes. Esse trabalho também foi realizado por anos na Arcádia, quando eu exercia os cargos de Coordenador de Eventos e Conselheiro Fiscal.
No teatro, comecei em 2004. Estudei por quatro anos na Escola Municipal de Artes de Aracaju. A partir do curso, participei de diversos workshops e integrei três grupos teatrais. Atuei em peças variadas, desde comédias até dramas, apresentando-me tanto em teatros quanto em praças e hospitais.
Uma das apresentações de uma peça de comédia aconteceu no setor de oncologia do Hospital Regional João Alves. Além disso, ministrei oficinas e dirigi grupos de iniciantes. Também lecionei aulas de desenho e pintura na APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Tenho livros publicados e participações em antologias, jornais e revistas de diversos países, incluindo The Moon Light of Korea (Coreia do Sul).
R.O.:
- Embora tenha nascido em Jacobina – Bahia, fixou residência em Aracaju - Sergipe. Gostaria que falasse um pouco desse início da sua vida e porque escolheu fixar-se nessa cidade. Como é aí o acolhimento e incentivo dado à cultura e aos artistas?
C.C.:
- Cheguei a Aracaju por volta do ano 2000. Fui bem acolhido, mas ainda estava em busca de me encontrar. A cidade é maravilhosa, um verdadeiro celeiro cultural e uma anfitriã muito hospitaleira. Sem contar a sua beleza esplêndida.
R.O.:
- Carlos, sendo tão jovem, temos reparado que não só aí no Brasil e na sua cidade, mas também noutros países e cidades, se usa o termo “culturas emergentes” ou “novos artistas” para designar as pessoas que se dedicam à cultura e cuja idade se situa entre os vinte e trinta anos, sensivelmente. Poderia explicar aos nossos leitores se esses termos designam uma nova corrente cultural e como é caracterizada ou apenas se referem à idade dos artistas que a compõem?
C.C.:
- Esses conceitos mencionados são todos válidos, mas costumo dizer que cultura emergente é aquela que se reflete como cultura de vanguarda. No entanto, o termo "emergente" não deve ser usado apenas para os jovens. Um artista mais velho também pode estar produzindo arte emergente. A questão não é apenas a idade ou a técnica, mas sim a intenção contemporânea no ato de criar.
R.O.:
- Gostaríamos que nos falasse dos movimentos culturais que representa na sua cidade, nomeadamente Poetas del Mundo e A Plêiade. Que actividades desenvolve na sua cidade em representação desses movimentos e qual a receptividade não só do público, como das autoridades culturais da cidade?
C.C.:
- Por representar diversos grupos na cidade e no estado, procuro integrar minhas atividades em eventos únicos. Dessa forma, as ações fluem com mais facilidade e diferentes entidades podem se unir para realizar um único evento. Isso facilita não só a promoção, mas também a interação entre os produtores de arte.
R.O.:
- Carlos, também tem a sua própria associação, a AAPLASA – Associação dos Artistas Plásticos de Aracaju. Quer falar-nos um pouco de como surgiu esta associação e quais os seus objectivos?
C.C.:
- A AAPLASA tem como Coordenador Geral o artista plástico Chiko Só, enquanto eu atuo como Coordenador de Eventos e Comunicação. Minha função dentro da associação inclui agendar exposições colectivas, avaliar convites de participação em fóruns e organizar oficinas de arte. Além disso, busco divulgar o nome da AAPLASA no maior número possível de veículos de comunicação voltados à cultura.
R.O.:
- Para fim da nossa conversa desta semana, Carlos, pode agora dar-nos a conhecer as actividades que a AAPLASA desenvolve em termos de exposições e quais os seus objectivos para o futuro?
C.C.:
- Temos cinco exposições programadas para este ano, incluindo o I Salão dos Novos Talentos da AAPLASA. Nosso objetivo é descobrir artistas que ainda estão no anonimato. A falta de espaço para exposição é um problema global, e aqui não é diferente. Como já tivemos oportunidades, queremos retribuir ajudando novos talentos a ganharem visibilidade.
Outro objetivo da associação é promover oficinas de arte para comunidades carentes, além de fundar uma Academia de Belas Artes na cidade e manter intercâmbios culturais em nível nacional e internacional.
R.O.:
- Carlos, o nosso jornal agradece a sua disponibilidade e continua ao dispor para continuarmos esta entrevista numa das próximas edições, na certeza de que muito tem ainda para nos dizer. Entretanto, como exemplo para os jovens que, na sua idade, ainda procuram um rumo na vida, pode deixar uma mensagem aos nossos jovens leitores e ouvintes, para os incentivar a lutar pela realização dos seus sonhos e objectivos de vida?
C.C.:
- O meu conselho para os jovens é que nunca deixem de produzir, mesmo diante de obstáculos. Jamais desistam, pois o reconhecimento vem com o tempo. O importante é dedicar-se ao trabalho e ter humildade acima de tudo, pois o estrelismo jamais deve dominar o artista.
Carlos Conrado concede entrevista à escritora Luciana Tannus
Carlos Conrado é poeta, escritor, humanista, desenhista e diagramador, um verdadeiro artista multifacetado. Com grande satisfação, ele me concedeu esta entrevista para falar sobre seus trabalhos, sonhos e realizações no campo literário. Já publicou dois livros de poesia e está preparando seu primeiro romance, intitulado O Numismático.
Conrado, quando e como você descobriu a poesia em sua vida?
Essa lembrança é muito nítida para mim. Foi através de um primo, Thiago Amorim, que me apresentou os poetas Castro Alves, Camões, Álvares de Azevedo e Bocage quando eu tinha apenas 11 anos. Ele também escrevia e me incentivava a escrever. Inicialmente, trocávamos cartas devido à distância: eu morava no interior da Bahia e ele em São Paulo. Dediquei-me mais à poesia quando conquistei meu primeiro prêmio literário, promovido pela Entidade Dignus Day de Lages do Batata/BA, em 1999.
Como ocorre seu processo de criação?
Pode parecer inusitado, mas gosto de fazer pesquisas antes de criar qualquer texto, mesmo que seja puramente lírico. O conteúdo muitas vezes já está em mim, mas prefiro trabalhar a técnica de forma experimental. Utilizo livros didáticos e técnicas já existentes como base, mas gosto de embaralhá-los para criar algo novo. Minhas temáticas variam bastante, pois sou uma pessoa com sede de conhecimento e gosto de transitar por diversas áreas. Acredito ser um neossimbolista.
Como você enxerga a poesia nos dias atuais?
Vejo que a poesia está cada vez mais distante do público leitor comum. Escrever tornou-se um exercício de escritor para escritor. Precisamos de políticas públicas que incentivem não apenas a leitura, mas também a produção literária.
Você acredita que existem leitores para a poesia?
Sim, mas em sua maioria, são os próprios escritores e poetas. Ainda assim, há uma minoria de leitores comuns que fazem com que nossa luta pela poesia não seja em vão.
Quais escritores e poetas influenciaram seu desenvolvimento artístico?
Os poetas mencionados anteriormente foram minhas primeiras influências. Mais tarde, ao entrar para a Arcádia Literária, conheci Augusto dos Anjos, Lord Byron, Baudelaire e, em especial, Fernando Pessoa, Blake e Cruz e Sousa. No campo da filosofia e da literatura, encantei-me com Goethe, Friedrich Nietzsche e Sócrates. Também aprecio os sergipanos Tobias Barreto, Silvio Romero e Mário Jorge.
Você possui livros publicados?
Sim, quatro livros: Poesia Condenada, O Aeronauta: Entre a Razão e a Loucura, Biografia de Áurea Albano Estevão de Souza e organizei a antologia A Plêiade – Tributo à Paz. Participei de mais de dez antologias e publiquei em jornais e revistas, incluindo O Capital, O Liberal e a revista internacional The Moon Light of Korea. Também fui editor da revista Locozines.
Você alia poesia ao teatro em suas performances. Como é essa experiência?
Até os 16 anos, eu era muito tímido. O teatro me libertou, e sou grato à atriz Tetê Nahas por isso. Unir poesia e teatro me permite aproximar-me da mensagem e provocar reflexões no público.
O que o inspirou a escrever O Aeronauta?
Inspirei-me na obra O Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam. Ele deu voz à loucura, e eu quis continuar esse diálogo. Sinto que não sou o único, mas procuro ser fiel à ideia.
Um trecho de seu livro diz:
"(...) Quero cultivar a minha loucura sem ferir a ninguém. Quero a liberdade para gozar de todas as minhas faculdades. Quero a aceitação de todas as minhas diferenças (...)"
Você acredita que isso seja possível no mundo de hoje?
Isso tem consequências. O homem é mais feliz quando expressa seus verdadeiros sentimentos. No entanto, essa liberdade deve vir acompanhada de respeito ao outro.
A internet tem ajudado na difusão de suas obras?
Sim, de forma intensa. Se um livro impresso pode levar meses para atingir 300 leitores, na internet essa meta é atingida em um dia. Paulo Coelho é um exemplo disso, com seu blog recebendo milhões de visitas diárias.
Você preside o Movimento Cultural A Plêiade. O que pode nos dizer sobre isso?
O movimento foi criado para reunir militantes culturais que acreditam na força do trabalho coletivo. Buscamos representantes em diversas cidades para promover e divulgar a cultura local. Nossa história começou em 2006, como uma antologia organizada por mim e Thiago Amorim. Em 2009, expandimos nossas atividades, criando uma rede social e projetando um site.
Você tem novos projetos literários?
Sim, muitos. Considerei até me candidatar a deputado para ter poder de implementá-los. Independentemente disso, continuo organizando eventos como a Tertúlia, ao lado de escritores e agentes culturais. Também inciarei oficinas de teatro e desenho no Colégio Estadual Atheneu Sergipense.
Como você se define?
Sou um cidadão comum, de 24 anos, tentando fazer arte em todas as suas vertentes. Não consigo ser individualista e gosto de atender a todos. Me interesso por cinema, artes plásticas e literatura, buscando viver ao máximo.
Onde podemos encontrar suas obras?
www.conradoemtextos.blogspot.com
Agradeço a Carlos Conrado pela entrevista e pelo carinho com as pessoas. Obrigada!
......................................................................................................................................
Entrevista com Carlos Conrado
Por Bruno Resende Ramos (Projeto Nova Coletânea)
1- Como você define José Carlos Conrado, tanto como pessoa quanto como escritor?
Bem, como pessoa, considero-me um indivíduo tímido. No campo artístico, como escritor, sou mais espontâneo e trabalho o texto literário associado a diversas formas de expressão, como as artes plásticas.
2- Como foi o seu ingresso na vida literária?
Aos 12 anos, fui obrigado (isso mesmo, obrigado) a compor um poema para um concurso literário. Para minha surpresa, fui o vencedor. Isso gerou certa rivalidade com minha professora, que também participava desse tipo de competição.
3- Há algum escritor que influencie constantemente suas produções?
Sim, tenho como principal influência o trabalho do amigo e poeta Thiago Amorim, cuja obra edito atualmente.
4- Você participa ou já participou de algum grupo ou movimento artístico?
Sou vice-presidente da Casa do Poeta de Aracaju e cônsul do movimento Poetas del Mundo. Além disso, sou membro imortal da Arcádia Literária Estudantil, ocupando a cadeira número 13, cujo patrono é Dias Gomes.
5- O que o levou a ser tão ativo na vida literária do país, participando de eventos como bienais, feiras e apresentações?
O destino me proporcionou a oportunidade de trabalhar como assessor na Academia de Letras da minha cidade. A partir disso, outras portas foram se abrindo naturalmente.
6- Além da literatura, em quais outras áreas artísticas você já atuou?
Fiz oficinas de teatro, atuei como ator e artista plástico. Também fui diretor de eventos da Associação Sergipana de Artistas Plásticos e sou membro do Núcleo de Cerâmica da Universidade Federal de Sergipe.
7- Você tem algum projeto em andamento que gostaria de compartilhar com nossos leitores?
Na Bienal de Sergipe, terei um estande onde disponibilizarei espaço para novos autores, incluindo os participantes do Projeto Nova Coletânea.
8- Que conselho você daria para quem deseja ingressar no meio literário?
Não desista de escrever, persevere. Pesquise editoras que realmente valorizem seu trabalho e não hesite em aceitar conselhos e críticas construtivas.
9- Quais são os planos futuros da Arcádia Literária Estudantil?
A Arcádia Literária Estudantil mantém há 13 anos um projeto voltado à produção literária e ao incentivo de novos autores. Estamos ampliando nossas categorias para contemplar escritores internos, regionais e nacionais.
A equipe do Projeto Nova Coletânea deseja que a Arcádia e todos os seus projetos tenham pleno êxito. Conte conosco para divulgar e fortalecer a sua trajetória literária no país.
Carlos Conrado nasceu em Jacobina/BA, em 2 de abril de 1986, e radicou-se em Sergipe no ano 2000. É escritor, artista plástico, designer gráfico, ator, editor e jornalista (DRT/SE 1791). Autor dos livros Poesia Condenada (Editora Cogito, lançamento em 2013) e O Aeronauta Entre a Razão e a Loucura (Editora Ponto da Cultura), além de coautor do livro A Kombi de Prosa e Poesia, em parceria com Valdeck Almeida de Jesus (Editora VirtualBooks). Possui textos publicados em diversas antologias.
Entre seus títulos e cargos, destacam-se: Supremo Chanceler da SOFIA – Sociedade Filosófica Ateniense; Embaixador da Paz em Aracaju pelo Círculo Universal da Paz (Orange/França – Genebra/Suíça); Membro Efetivo da ACB – Academia de Cultura da Bahia; Vice-presidente da Casa do Poeta Brasileiro de Aracaju; Cônsul do Movimento Poetas Del Mundo em Aracaju; Membro Imortal da Arcádia Literária (Patrono Dias Gomes); Membro da CAPPAZ – Confraria de Artistas e Poetas pela Paz; Assessor do Projeto Alma Brasileira; Coordenador Geral do Jornal A Voz do CEPA – Círculo de Estudos, Pensamento e Ação; e Sócio Honorário e Cofundador da AAPLASA – Associação dos Artistas Plásticos de Aracaju.
1 - Lucymar Soares - Como você se define?
Carlos Conrado – Eu sou um labirinto! Nem sempre costumo expor minhas reais emoções. Sou um observador e extravagante na hora de criar. Sou uma pessoa difícil de ser compreendida, pois eu próprio não busco a compreensão. Sou capaz de amar em efervescência e de abdicar de muitas coisas para sustentar um ideal. Como poeta, tenho uma alma romântica, talvez com o espírito daqueles da 2ª geração.
2 - L.S - Você se considera louco?
C.C – Sim! Eu me considero louco. Falar da loucura sem vivê-la é um disparate, uma ofensa à Grande Mãe. Como um filho da Loucura Suprema, é meu dever deixar às claras o laço que nos liga. Sou um louco voluntário, não apenas por patologia clínica.
3 - L.S - Quantos livros você já publicou?
C.C – Não sei se posso dizer que publiquei Poesia Condenada em primeira mão, pois foi uma edição totalmente artesanal que se esgotou muito rápido. Esse mesmo livro está pronto e sairá pela Editora Cogito em 2013.
Publiquei O Aeronauta Entre a Razão e a Loucura pela Editora Ponto da Cultura e, em parceria com Valdeck Almeida de Jesus, A Kombi de Prosa e Poesia pela Editora VirtualBooks. Tenho Poesia Absolvida pronto, à espera da hora de ser publicado. Há outros projetos em andamento, mas prefiro mantê-los em segredo por enquanto.
4 - L.S - Já participou de antologias? Quais?
C.C – Foram tantas que é difícil lembrar o número exato. Algumas delas:
- Impressões – Poetas da Arcádia
- Eldorado – Volume I (Ed. Celeiro de Escritores)
- Prêmio Valdeck Almeida de Jesus (Ano III e Ano VIII)
- Antologias do Projeto Alma Brasileira (org. Sandra Stabile)
- Interfaces do Amor (CAPPAZ – Confraria de Artistas e Poetas pela Paz)
- Focus – VII Edição (org. Ivan de Almeida, Editora Cogito)
- A Plêiade – Tributo à Paz (Editora Ponto da Cultura)
- Antologia Literária Cidade – Volume III (L e A Editora, org. Abílio Pacheco e Deurilene Souza)
- Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus – Volume VII (Giz Editorial)
- Entre outras.
5 - L.S – Fale um pouco sobre o mais recente livro lançado, O Aeronauta.
C.C – O Aeronauta é uma forma de externar a loucura e a consciência que habitam em mim. Meu objetivo foi convidar os leitores para uma jornada pelo meu universo particular.
Apesar de ser um projeto antigo, revisto em vários momentos, considero-o atemporal. Alguns textos refletem fatos históricos do momento em que a obra foi criada, como a posse de Barack Obama, o caso Eloá e Lindemberg, a chegada da TV digital no Brasil e o conflito na Faixa de Gaza. Não posso descrever o que o leitor encontrará na obra, pois isso tiraria sua liberdade de interpretação.
6 - L.S - Além dos livros e antologias, já escreveu para algum meio de comunicação?
C.C – Minha primeira oportunidade na imprensa foi em 2005, dada por Ilma Mendes Fontes, editora do jornal O Capital – de Resistência ao Ordinário. A partir dessa experiência, conquistei novos espaços.
7 - L.S - Cite alguns dos seus futuros projetos.
C.C – Tenho um projeto em coautoria com Patrícia Dantas, uma obra de prosa poética já encaminhada. Além disso, desenvolvo projetos com a Editora Cogito, Franklin Lopes de Freitas e Celeste Farias Dias, voltados ao fortalecimento da SOFIA. Também pretendo fortalecer a Academia de Letras Machado de Assis, da qual sou Delegado Presidente na Bahia.
Meu livro O Aeronauta já está em fase final de tradução para o italiano, feita por Rosanna Lapenna, tradutora juramentada em Larino, Itália.
8 - L.S - O Conrado de hoje tem o mesmo perfil de quando escreveu O Aeronauta?
C.C – A evolução, seja positiva ou negativa, é inevitável. Creio que a minha foi positiva, pois sinto-me mais equilibrado. Ainda luto internamente com meus próprios desafios, mas essa transformação influencia minha produção literária.
9 - L.S - O que representa sua trilogia poética?
C.C – Posso comparar minha trilogia à proposta de Dante em A Divina Comédia: Poesia Condenada representa meu Inferno; O Aeronauta, meu espírito preso no Limbo; e Poesia Absolvida, meu Paraíso.
10 - L.S – Você cita o senhor Rotterdam em O Aeronauta. Quem é ele?
C.C – Erasmo de Rotterdam foi o primeiro profeta da Grande Mãe. Para mim, ele não é apenas um teólogo e filósofo holandês, mas um irmão espiritual que me trouxe a luz do conhecimento sobre a Loucura Suprema.
11 - L.S - Quais sugestões você daria ao Ministério da Cultura?
C.C – Minha sugestão é preencher as lacunas deixadas na gestão do Ministério, formulando projetos de maior impacto social. Como escritor e artista, defendo o registro profissional dessas classes, garantindo seus direitos previdenciários.
Comentários
Postar um comentário