A Loucura comenta a Moral
Filhos meus cujo progresso social é alicerçado pela disciplina e adoração para com a Moral, entendam o meu desgosto!... Não é de hoje que ferem os meus princípios, pois ainda carrego neste meu corpo as marcas não bem vindas deixadas pelo primeiro homem e seu primeiro ideal. Eu vi outros ideais nascerem sob a regência da minha influência. Eu vi seres tentando unificar a própria raça. Eu vi predadores exercendo a lei (pré – estabelecida) dos mais fortes. Eu vi a ascensão da força mascarada e a Moral nascer, alimentando-se de costumes no berço de cada clã. Queridos filhos, eu vi tudo!... e pelo fato desta minha visão aguçada, pude me entristecer mais rápido sim, pois a Mãe – Loucura, não é somente felicidade. O meu riso está a nadar num mar de lágrimas... Dentre as minhas inúmeras decepções posso dizer que, a Moral foi uma das “criaturas” que mais investiu na minha amargura. Filha das regras e normas, desde cedo já possui em sua mente o juízo de valor e a autoridade de julgar e punir aqueles indivíduos que com ele não se assemelham. Não achando pouco, ela ainda se vê na obrigação de conduzir os homens a um porvir, que sinceramente, não vai a graça alguma. A ordem nunca foi vista por mim como um bom governo. A ordem determinada pela Moral massacra o direito maior que é o livre arbítrio. Exercitar a liberdade sem limites é a única lei que apesar do dever, teremos prazer em obedecer!... Não será uma religião, uma escola ou outro individuo que determinará o rumo dos nossos passos.
Creio que vocês agora devem estar com a pulga atrás da orelha e na ânsia de me perguntarem sobre o que devemos fazer com as divergências do querer, estou certo? Meus queridos, pode demorar algum tempo para que a nossa consciência se amestre com uma determinada reforma, mas é certo que ela irá se amestrar e, de acordo com o ritmo que este efeito for se estabelecendo, o mundo gozará de um querer unificado. Sendo assim, sejamos todos imorais.
Creio que vocês agora devem estar com a pulga atrás da orelha e na ânsia de me perguntarem sobre o que devemos fazer com as divergências do querer, estou certo? Meus queridos, pode demorar algum tempo para que a nossa consciência se amestre com uma determinada reforma, mas é certo que ela irá se amestrar e, de acordo com o ritmo que este efeito for se estabelecendo, o mundo gozará de um querer unificado. Sendo assim, sejamos todos imorais.
- Carlos Conrado in: "O Aeronauta Entre a Razão e a Loucura."
Comentários
Postar um comentário