Desejo
O meu peito se reveste de armas
para afogar teu corpo em delírios e tramas,
meus olhos espreitam a janela de tua alma,
o chá que bebo não se abstrai...
É o puro sabor da imagem verdadeira,
adoço com amor dos teus seios bela.
Qual canibal celeste, refogo tua carne em paz
para devorar-te as entranhas. Teus lábios
navegam na barca do meu desejo,
eu que não sou Camões, nem possuo o Tejo,
apenas sou Pessoa cantando tua beleza.
Inteira, que mais poderia te faltar?
Faço preâmbulos para o êxtase,
não preciso da Lua para te fazer delirar...
Em tua presença a tristeza treme de medo,
teu perfume é lenitivo da vida,
quero sequestrar-te os olhos
para que continues me fazendo sonhar.
-Carlos Conrado
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